A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

terça-feira, 22 de março de 2011

Se deixou levar pelo mundo. O comum já não lhe era interessante. As obrigações não eram mais sua prioridade. Estava entregue a loucura, à mercê de um destino incerto e achava isso maravilhoso. Viver uma vida assim lhe pareceu, naquele momento, emocionante. E era. Fez tudo o que sempre quis e tudo o que queriam que fizesse. Experimentou de tudo. Deixou qualquer tipo de frescura de lado e se deixou levar pelo destino. A responsabilidade lhe parecia algo muito fechado, muito pequeno, muito muito. Não queria nada de mais, queria apenas um pouco de tudo. Certo dia, após não ter mais nenhuma novidade a ser vista ou sentida, viu-se exausta. Achou tudo o que procurou e só então viu que nada lhe serviu. Perdeu a essência, não tem mais identidade. E no espelho eu afirmo "essa não sou eu"!

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