A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sete passos. Parei. Olhei para trás. Não tinha ninguém. Prossegui. Tornei a olhar pra trás. Ninguém de novo. Eu já sabia, a segunda olhada foi só por garantia.
Cheguei exausta ao último posto da Orla de Copacabana. Sentei num desses quiosques à beira-mar para tomar água de coco e descansar um pouco, para então voltar ao primeiro posto. Fechei os olhos. Em menos de dois segundos senti necessidade de abri-los. Senti que não estava sozinha. E não estava.
- Boa tarde, senhora, o que deseja?
- Ah, me vê uma água de coco, por favor.
Voltei a fechar os olhos. Desta vez permaneceram cerrados por mais tempo. Até que tive que abri-los, de novo, para deixar aquela lágrima, que teimava em em querer aparecer, escorrer pela maçã de meu rosto.
Sim, era apenas uma. Veio sozinha. Singular. Sem par... Coincidentemente ou não.
Veio do olho esquerdo, e, ao terminar o circuito por meu rosto, desceu direitamente até meu peito. Enxuguei-a. Não queria nada ali. Pelo menos não até descobrir o que ali havia.

Não é bom misturar o desconhecido.
E nem um velho conhecido já esquecido.

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