A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Casa nova


O medo antes de render-me não era o da entrega, era o da perda. Perda da liberdade, perda dos sentidos, perda da imaginação, perda até do coração.
Ao dar-te o meu coração, perco-o parcialmente (em tese, totalmente, mas como ainda não deixei-me levar pelo sentimentalismo, assumo que é parcial). E, dando-o, perco-o. Mas, guardando para mim, é que realmente o abandono.
Abandono no vazio que era isso aqui antes de ti. Você pegou a sua mobília antiga, com a tinta começando a descascar, e colocou em meu quarto novo que ecoava solidão de tanto espaço que tinha.

O espaço continua grande, mas sei como quero decorá-lo.



Amor, quando chega o caminhão da mudança?

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