A culpada

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Nenhuma literatura está livre de ficção. E nem de verdade.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Imunização racional

Enfim a sanidade.
Ora, é bem uma surpresa que me chegue nessa idade
Mas é que ora ou outra se reconhece nossa maldade
E só então se entende a tentativa de bondade
(E aquele lance de que no inferno há muita boa vontade).

De muitas coisas não sei direito
Mas sei bem do aperto que já não sinto no peito
Mesmo quando o estrago está feito
E o encanto devidamente desfeito.
Me ajeito.
Aceito.

Mas ora, dizem que muito pensar pode me fazer mal
Que pros sentimentos, racionalidade pode ser letal
Mas só vejo chorar quem muito sente
E tenho sentido pouco, mas não me leve a mal.

E sobre o pulsar do lado esquerdo
Saiba que dele não tenho medo
Pois hoje entendo que há feridas que só se curam
se a gente enfia o dedo.

Poderia ensinar-te a amar o (des)encanto do desamor.
Mas isso é segredo

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